Nos últimos anos, o crescimento do número de dispositivos conectados à internet revelou limitações preocupantes do protocolo IPv4: o esgotamento dos endereços IP disponíveis, a falta de segurança e de extensibilidade.
Capaz de endereçar até 340 undecilhões de dispositivos, o IPv6 surgiu como ferramenta para solucionar esses problemas e ainda aumentar a eficiência das redes dos provedores de internet.
Se você ainda está enfrentando esses desafios e não fez a transição de um protocolo para o outro, vamos te ajudar. A partir de agora, explicaremos porque a mudança para o protocolo IPv6 é importante para a continuidade do seu negócio e mostraremos qual caminho seguir para uma migração bem-sucedida.
Por que migrar para o IPv6?
Com o natural avanço das tecnologias e o número crescente de pessoas com acesso à internet, a conectividade se tornou um fator essencial para garantir o trabalho e o entretenimento dos usuários. Afinal, operações, processos burocráticos e reuniões passaram a acontecer online, assim como jogos e outras atividades voltadas para o lazer.
No entanto, o protocolo IPv4 não foi desenvolvido para suportar a transformação digital pela qual passamos e nem atender às demandas por velocidade, estabilidade e proteção de dados com as quais as ISPs devem lidar. E isso fez com que o IPv6 se tornasse indispensável para o avanço do setor de Telecom.
Presente em 48% dos provedores e operadoras em 2024, o IPv6 deve ser adotado pelas demais empresas o quanto antes, uma vez que acomoda mais endereços, elimina a necessidade do CGNAT, torna o processamento e roteamento dos pacotes de dados mais eficientes, a configuração simplificada e oferece qualidade de serviço integrada (QoS), por exemplo.
Quais são os desafios da migração para o IPv6?
A transição do IPv4 para o IPv6 envolve uma série de mudanças na infraestrutura de redes. Ao longo do processo, é comum que alguns provedores de internet enfrentem desafios significativos, como:
- Alta complexidade e necessidade de atualizar a infraestrutura existente;
- Escassez de profissionais qualificados para implementar e acompanhar a migração;
- Falta de compatibilidade entre os dispositivos e aplicativos;
- Falta de soluções de segurança digital desenvolvidos para IPv6;
- Dificuldade para identificar e lidar com as ameaças que podem surgir como consequência da especialização de hackers em IPv6;
Por isso, a Anatel, ao lado da Huawei e Inatel, criou há algum tempo o artigo “IPv6 no Brasil”, com metas capazes de nortear as ações das empresas do setor que precisam migrar para o novo protocolo, impulsionar o suporte do governo nesse sentido e incentivar o aprimoramento da segurança e de outros recursos digitais.
Atualmente, o Brasil está em 3º lugar no ranking de adoção de IPv6 da América Latina, atrás apenas do Uruguai e México. No entanto, na lista global, o país ocupa a 22ª posição. E o que isso quer dizer?
Ao migrar de forma lenta ou postergar o processo, os provedores de internet e conteúdo podem ter sérias dificuldades para oferecer 5G e adotar tecnologias como Internet das Coisas (IoT). E a médio e longo prazo, além de diminuir a qualidade da experiência dos clientes finais, essa decisão deve impedir a evolução e o crescimento dos negócios.
Como ter uma migração bem-sucedida
O caminho mais eficaz para uma migração para o IPv6 bem-sucedida envolve um planejamento cuidadoso e a implementação de medidas estratégicas. Entre os passos práticos para começar de forma segura, devemos destacar:
- Faça auditoria de rede: realize uma revisão completa da sua infraestrutura de rede para identificar onde o IPv4 ainda é predominante e quais componentes precisam ser atualizados para suportar o IPv6;
- Cheque a compatibilidade de equipamentos: certifique-se de que todos os equipamentos, desde roteadores até servidores, são compatíveis com o IPv6. A Anatel já não reconhece mais equipamentos que operam apenas em IPv4;
- Invista na capacitação de equipes: investir na formação e capacitação de sua equipe técnica pode garantir que qualquer problema seja solucionado rapidamente no futuro e evitar prejuízo financeiro;
- Aposte em monitoramento diário: implementar uma plataforma de monitoramento para acompanhar o desempenho da rede durante e após a transição torna fácil identificar riscos rapidamente e eliminá-los;
- Seja claro com seus clientes: É fundamental informar aos clientes sobre a transição e os benefícios do IPv6. Assim, fica simples não só gerenciar as expectativas como também garantir que os usuários compreendam as vantagens dessa mudança.
Quais são as técnicas de transição para IPv6?
Na prática, existem 3 métodos para passar por essa mudança:
- Pilha dupla (dual stack): torna possível usar IPv4 e IPv6 ao mesmo tempo, e de forma nativa, sendo indicado para empresas que desejam fazer a migração de forma gradual e mais simples;
- Túneis (tunneling): Quando o equipamento usando IPv4 é usado para fazer o transporte para IPv6 e ambos se comunicam através de suas redes;
- Tradução: Quando ocorre conversão dos pacotes e equipamentos usando IPv6 se comunicam com outros;
Na hora de analisar qual delas usar, é importante lembrar de:
- Escolher aquela que não postergue ainda mais o uso de IPv4;
- Levar em consideração a adequação da técnica à topologia da rede onde será aplicada;
- Analisar a maturidade da técnica em comparação à expertise da equipe;
- Calcular o investimento financeiro e o tempo que cada uma delas durará
Embora o processo envolva desafios, os benefícios de oferecer uma internet mais segura, eficiente e preparada para os clientes compensam o esforço.
Com metas claras e uma abordagem estratégica, a migração para o IPv6 pode ser realizada de forma suave, garantindo que cada provedor entregue seus serviços com qualidade e se destaque no mercado.
Quer saber mais sobre como se preparar para a transição para o IPv6 e outras tendências do setor?
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