João Souza, engenheiro de Rede IP na Eletronet.
Como imagino que esta seja a primeira vez que você está utilizando essa incrível ferramenta chamada internet, acho que pode ser útil discutirmos o que ela é e como ela funciona. Você sabe, uma pequena apresentação, um briefing, um “isso é legal, isso nem tanto”, essas coisas que vem escritas nos manuais (e que agora me fazem pensar, por que ninguém te dá um manual quando você entra na internet?).
Vamos lá. Manual style. Não se esqueça do suporte de montagem na parede.
Todo mundo diz que a internet “é a rede mundial de computadores” ou “a rede feita de redes”, mas o que isso significa, afinal? A Eletronet possui uma rede, mas você também possui uma em casa. E outra no trabalho. Bancos, universidades, governos e quase todo o resto do mundo tem suas redes coexistindo na internet. Todas essas redes realmente estão conectadas? A internet realmente existe em algum espaço físico? Foi Pedro Álvares Cabral realmente o responsável pelo primeiro cabo submarino Brasil-Europa? Quantas vezes a palavra realmente aparece neste parágrafo?
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A verdade é que no ecossistema da internet, várias redes compartilham o mesmo meio físico, e enquanto uma empresa pode ser a dona do cabo de fibra ótica que liga o Brasil aos Estados Unidos, uma outra pode ser a responsável por operar o sinal ótico que por ali passa. Uma terceira empresa pode alugar a banda e o direito de transferir dados naquela fibra, podendo ainda revender essa banda para outras empresas, que venderão acesso à internet para nós, na nossa casa. A internet é além de tudo, uma rede que carrega outras redes.
O objetivo é que todos que estão conectados a internet se comuniquem. Logo, todo mundo precisa ter o endereço de todo mundo. Por um lado, ela é bastante parecida com aquela teoria que diz que você pode alcançar qualquer pessoa do planeta com no máximo 6 graus de amizade. Na internet, todas as redes estão conectadas em algum grau.
A maneira mais simples de realizar essa conexão é adquirindo Trânsito IP. Para ter acesso à internet, um provedor precisa interligar sua rede a um provedor que já esteja conectado à internet. Essa conexão não é gratuita e sua cobrança se dá por meio da medição do volume de tráfego trocado em megabits por segundo. A Imagem abaixo nos dá uma ideia de como a troca de endereços/tráfego ocorre em uma conexão de Trânsito IP.
E a parte mais divertida começa justamente agora: Imagine que sua rede esteja a “6 graus de amizade” de distância da rede do Facebook, e que você precise passar por cada uma dessas redes para acessar um vídeo que fica hospedado nos servidores do Sr. Zuckerberg. Acontece que a internet também possui uma maneira de avizinhar redes, com o objetivo, obviamente, de aproximar o usuário final do conteúdo que ele quer acessar. Chamamos essa aproximação, ou troca de tráfego, de peering, e é ele que pode contornar os graus de amizade, criando uma conexão direta entre a rede do conteúdo e a rede do usuário. No próximo post, veremos os modelos de peering.
Se você gostou desse artigo, talvez você goste também do nosso artigo falando sobre a nossa parceria de Peering com o Facebook e Google.
Autor: João Paulo Silva Souza, Analista de Suporte Técnico Telecom da Eletronet.
Quer saber ainda mais sobre Peering ? Conheça mais sobre os modelos de peering através do link abaixo:
Modelos de Peering: Peering Público e Peering Privado (Parte 2)
